O Brasil será, sim, alvo de hackers durante a Copa do Mundo. “Não há dúvida que teremos muitos ataques. 100% de certeza. Os olhos dos hackers vão estar no Brasil. Houve uma preparação, mas não vejo como não evitar problemas. Eles virão”, sustentou Christian Fredrikson, CEO da empresa de segurança F-Secure.
Com relação à privacidade na Internet, o executivo foi taxativo: ‘esqueçam isso na Internet’. Fredrikson defendeu ainda o uso da criptografia como forma de conter a invasão dos dados. O executivo da finlandesa F-Secure veio ao Brasil para apresentar a solução de segurança Freedome e de armazenamento de dados Younited, voltadas para plataformas móveis, hoje, prioridade no negócio da F-Secure. O alvo são as operadoras de telecomunicações.
“Estamos trabalhando com várias operadoras, entre elas, a América Móvil na América Latina. A solução seria comercializada no modelo white label (com a marca das teles). Acreditamos muito nesse modelo. E prevejo que teremos algo para 2015, por conta da necessidade de integrar sistemas como billing e outros”, explica. Hoje, segundo Fredrikson, a F-Secure está presente em oito países, mas planeja chegar a 20 no terceiro trimestre, mas conta com clientes relevantes como a AT&T, nos EUA, e a BT, no Reino Unido.
Em tempos de vigilância massiva na Internet, o CEO da F-Secure é taxativo ao dizer que ‘não há como ser anônimo na Internet’. “O google sabe mais de nós do que os nossos parentes ou mesmo nós mesmos. Não vamos fingir que isso não existe. Não há privacidade”, reforçou Fredrikson. Para ele, a melhor saída para evitar a coleta de dados é a criptografia. E o Freedome tem essa função, sustenta o executivo. Isso porque o aplicativo cria uma VPN para evitar que a navegação do internauta deixe rastros.
“Temos a convicção que a proteção vai além do hardware. Não é antivirus apenas. É proteção do tráfego, dos dados efetivos. Uma das propostas é impedir a localização do usuário”, diz Fredrikson. Hoje essa facilidade está disponível nos EUA, Reino Unido, Alemanha e Finlândia. No Brasil, chega em três meses. Na América Latina, apenas em 2015.
Ao falar que não existe privacidade na Internet, Fredrikson defende o direito da ‘liberdade digital’, um tema tão debatido após as denúncias de Edward Snowden. “Nós não coletamos dados. Nós não temos back doors. Nós trabalhamos com as autoridades, quando eles pedem, para identificar criminosos para o bem da Internet. Somos uma empres finlandesa. Não somos o Google”, disse.
Indagado sobre os ataques cibernéticos na Copa do Mundo, no Brasil, Fredrikson sustentou que não há dúvida. “O Brasil terá 100% de ataques e muitos vão causar problemas. Vejam o exemplo do Ministério das Relações Exteriores. Com tantos dispositivos móveis em ação, não há como evitar ataques. Acredito que as operadoras tenham se preparado, mas não há como evitar”, avaliou.
Mas há uma questão importante nessa análise. Segundo o CEO da F-Secure, os crimes serão mais de invasões do que de roubos diretos. “Os cibercriminosos inteligentes não gostam de publicidade. Não gostam de aparecer. Eles sabem que esses megaeventos não são o melhor momento para atuar”, completou.
O F-Secure Freedome já está disponível para Android 4.03 e IOS 7.0 e versões superiores. As versões para Windows e MAC ainda não foram liberadas. O aplicativo de segurança pode ser baixado nas lojas do Google ou na App Store. O preço para o Brasil ainda não foi definido – o serviço só estará aqui em três meses – mas, hoje, nos Estados Unidos, o custo da assinatura é de US$4,99 por mês. O anual é de US$ 29,99. E aqui Fredrikson manda um recado aos internautas. “Não existe aplicativo grátis. Isso é mentira. O seu dado paga essa aplicação. Então é melhor pagar pelo app e saber que a sua informação não será repassada para terceiros”.
Fonte: Convergência Digital