Algumas pessoas me perguntam como eu consigo arrumar tempo para ficar escrevendo artigos em sites e revistas, sobre os mais variados temas diante da correria do nosso dia a dia no trabalho, nos estudos e em casa, pois só quem escreve sabe o quanto é difícil traduzir em caracteres as situações e os exemplos citados nos artigos e, em muitos casos, ainda realizar pesquisas e consulta de diversas fontes. Pois bem, ultimamente posso lhe dizer que todo o material escrito que você acaba encontrando de minha autoria é concebido quase que por completo sentado dentro de um veículo no trânsito absurdo de São Paulo e região. Pelo menos os rascunhos das principais ideias dos textos, estas são todas criadas no trânsito. Acredite, posso lhe garantir!
Se por um lado o país vibra com as perspectivas de crescimento, a expansão dos negócios e o aumento na venda de bens duráveis, justamente em um momento em que o mundo passa por uma das suas piores crises desde o Crash da Bolsa de 1929, por outro lado, vemos que esse crescimento está desordenado, devido a décadas de total falta de investimentos em infraestrutura e serviços como transporte público, manutenção das vias de acesso e campanhas educativas para conscientização dos motoristas. Como consequência, nós temos obviamente alguns transtornos: longos engarrafamentos, constantes acidentes, aumento dos custos de logística, queda acentuada do nível de qualidade de vida de diversos profissionais que perdem diariamente com esses encalços das grandes cidades, aumento da poluição em tempos em que só se fala em sustentabilidade.
Na área dos negócios, o prejuízo para esses profissionais e suas empresas só não é maior devido à possibilidade de mobilidade que temos hoje com o apoio das diferentes tecnologias que estão à nossa disposição, cada vez mais com preços acessíveis, permitindo a adesão do universo das pequenas e médias empresas e profissionais autônomos.
O uso de dispositivos portáteis como notebooks, tablets e smartphones permite que o usuário possa estar conectado em qualquer lugar, lendo e respondendo seus e-mails, consultando sua agenda de compromisso, acessando as informações de seus clientes em seu sistema de gestão corporativo e até mesmo realizando suporte técnico remoto quando se trata de um profissional de TI. Em resumo, as possibilidades são infinitas e cada vez mais necessárias para permitir a continuidade das atividades prejudicadas pelo mau andamento (literalmente) em nossas grandes cidades.
Por isso que os investimentos em novas infraestruturas que suportem não apenas a demanda interna de acessos aos serviços da rede, mas principalmente o aumento exponencial de conexões remotas simultâneas deve ser analisado pelos gestores dos departamentos de TI e pelo corpo diretivo das organizações, sempre colocando em foco a disponibilidade dos serviços aos seus colaboradores, de forma a não permitir que os entraves logísticos interfiram mais ainda no bom andamento das atividades relacionadas ao negócio de cada organização. Mais do que isso, é garantir a evolução natural do nosso relacionamento profissional em compatibilidade com a atual realidade, agregando competitividade e redução de custos com sustentabilidade e melhores índices de qualidade de vida aos colaboradores e, por que não, à toda sociedade, pois, ao permitir o uso adequando do trabalho remoto, todos ganham, já que haverá menos veículos nas ruas, menos compromissos atrasados, menos poluição e menos fadiga para a equipe.
Por outro lado, não podemos nos sentir em uma zona de conforto, devido à certa facilidade provida através de toda essa tecnologia, quase que trabalhando em um mundo virtualizado. Devemos continuar nos mobilizando através do apoio das diversas representações e entidades civis em busca de melhores condições neste mundo real, inclusive com o apoio das tecnologias para otimizar o fluxo de veículos e pessoas nas grandes cidades, implantando sistemas inteligentes de transporte e aplicando maiores controles na fiscalização e monitoramento de todo o tráfego. A tecnologia móvel deve ser apenas mais um canal de apoio, e não apenas a nossa única saída.
Artigo escrito por Roberto Henrique de Sousa, analista de segurança da ABCTec
Por iMasters em 24/08/2012
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