Panama Papers, muito dinheiro, menos para investir em Segurança

Na última semana veio a público um grande trabalho jornalístico que apenas iniciou a investigação de uma gigantesca soma de dados, contendo informações confidenciais sobre manobras financeiras com a prática de utilizar contas offshore em paraísos fiscais envolvendo políticos, empresários e celebridades dos 4 cantos do mundo.

Trata-se simplesmente do maior vazamento de dados da história, totalizando 2,6 Terabytes de informações que a princípio foram vazadas por uma única pessoa, denominada como John Doe, mas não se sabe se há outros envolvidos ou se foi ação de um grupo organizado. Fato é que a empresa vítima do vazamento, a Mossack Fonseca emitiu somente em 1º de abril um comunicado informando seus clientes de que havia se tornado alvo de um ataque, sendo que de acordo com os jornalistas envolvidos na investigação, o trabalho já havia sido iniciado a mais de um ano.

Especialistas identificaram que servidores da empresa estavam com atualizações atrasadas e que o serviço de e-mail não utilizava recursos básicos de criptografia.

Só para termos uma noção do volume de informações vazadas, o infográfico a seguir apresenta um comparativo de outros casos de vazamento que causaram impacto por seu conteúdo.

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Não se sabe exatamente se foi um acesso interno ou um ataque externo que obteve esse volume de informações, mas é certo que muitas informações surgirão ao longo do ano, se a entidade de jornalistas responsável pela guarda destes dados resolver divulgar todo seu conteúdo. A intenção do autor ou autores do ataque era claramente a de revelar crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, conforme descrito no primeiro contato estabelecido entre John Doe e o jornal alemão Süddeutsche Zeitung (SZ), o primeiro a ser contatado.

É esperado que venhamos a ter novos casos similares a este, diante o crescente descontentamento de pessoas que não suportam mais práticas ilícitas ou até queiram obter vantagens financeiras entre outras diante a revelação de informações confidenciais que seja de interesse público. Pesquisas apontam que muitos vazamentos de informações são ocasionadas por colaboradores internos da empresa que por algum destes dois motivos acabam revelando publicamente práticas que podem comprometer a continuidade dos negócios de qualquer organização.

Por isso é necessário que as empresas tenham controle sobre as ações de seus colaboradores, criando canal de denúncia interno, promovendo treinamentos sobre as boas práticas de segurança e que os compromissos com a ética e o bem social sejam vistos como algo realmente válido e seguido na organização. Somado a isso, entram os investimentos em tecnologia para monitorar a rotina dos processos devidamente estabelecidos.

Fontes consultadas: Expresso / The Guardian / ICIJ

Imagens: Expresso / ICIJ

Texto: Roberto Henrique – Analista de Seg. da Informação – ABCTec