Mais uma vez a Justiça determinou que o aplicativo Whatsapp fosse bloqueado em todo o país, por meio de um mandado encaminhado a todas as operadoras de telecomunicação obrigando o cumprimento da decisão a partir das 14:00 dessa segunda-feira e permanecendo assim por 72 horas.
A decisão dessa vez partiu do juiz Marcel Maia Montalvão, da vara criminal de Lagarto (SE) e que segundo indica algumas informações publicadas na mídia, o motivo seria a não colaboração da empresa na investigação de tráfico de drogas na região. Em dezembro, outro juiz despachou um pedido de bloqueio do Whatsapp levando milhares de usuários a buscarem alternativas para manterem suas comunicações e entre as principais medidas adotadas, estava a instalação de VPNs gratuitas.
VPN, sigla para “Virtual Private Network” oferece um meio de comunicação segura entre o dispositivo e o provedor de acesso. O problema está em quem é o fornecedor deste serviço, pois uma vez estabelecida essa relação de confiança entre as pontas (usuário/provedor VPN) todo o tráfego passa pelo controle deste provedor, não se limitando apenas ao Whatsapp, mas dependendo das configurações, todo o conteúdo de dados do usuário. E é ai que temos um grande risco.
Atualmente as mensagens do Whatsapp são criptografadas ponta-a-ponta, o que em tese impediria o acesso destas informações pelo provedor de serviço VPN, porém, há uma série de outros aplicativos utilizados nos celulares e tablets que não possuem este recurso de segurança, ou seja, toda essa informação pode ser acessada por onde ela trafega e isso inclui estes provedores de VPN, que “gratuitamente” vendem a ideia de comunicação segura aos usuários desavisados.
É importante entender que muitas dessas empresas que fornecem serviços “gratuitos” estão de alguma forma cobrando algo de seus usuários, seja seu cadastro, seu perfil de acesso ou mesmo o conteúdo de suas informações e sem qualquer garantia de que os dados não serão usados para fins comerciais ou que pode acontecer em alguns casos, utilizados para fins ilícitos.
Existem provedores de serviços de VPNs que podem oferecer garantias contratuais de que suas informações não serão exploradas de forma indevida, mas para isso é necessário adquirir uma solução paga, na qual o usuário estabelece um contrato com o mínimo de garantia. Uma que podemos recomendar é a solução da empresa finlandesa F-Secure, com o Freedome:
Outra alternativa utilizada pelos usuários está na instalação de aplicativos como o Telegram, que funciona de forma até mais segura que o Whatsapp e já conseguiu um grande número de usuários brasileiros desde a última interrupção do serviço em dezembro, porém, é uma questão de tempo que estes aplicativos estejam sujeitos ao mesmo tipo de penalidade, obrigando o bloqueio do serviço.
É importante nestes casos, quando nos oferecem algo gratuito, lembrar daquela velha máxima: “There is no free lunch” .
Fontes consultadas: EBC / G1 / Androidpit
Imagens: Google Images / F-Secure
Texto: Roberto Henrique – Analista de Seg. da Informação – ABCTec